...Há muito sabemos que as emoções negativas provocam determinados efeitos químicos prejudiciais ao corpo, mas apenas recentemente, os pesquisadores começaram a reunir provas de que as emoções positivas também podem provocar alterações químicas. Agora, temos uma imagem do cérebro, não apenas como a sede da consciência, mas como uma glândula, a glândula mais produtiva do corpo humano.



sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Medicina do futuro inclui o poder de cura da oração



Quais os limites da medicina científica? Por que as terapias alternativas ameaçam invadir o campo de trabalho da medicina convencional?  Qual é o novo conceito de tratamento integral? Qual o papel das crenças e das orações nas curas médicas? Que interesses conspiram contra a medicina moderna? Por que os médicos vivem tão mal? 
Estas e outras questões da medicina do presente e do futuro são respondidas neste depoimento inédito do neurocirurgião fluminense Francisco Di Biase a Jomar Morais. A conversa foi realizada durante a produção da reportagem de capa da revista Super sobre a crise da medicina, assinada por JM, mas só agora é divulgada na íntegra. 
Di Biase é autor do livro O Homem Holístico- a unidade mente-natureza e co-autor do livro Science and the Primacy of Consciousness- Intimation of a 21st Century Revolution, em parceria com Stanislav Grof, o pai da Psicologia Transpessoal, Karl Pribram, criador da teoria holonômica do funcionamento cerebral, Rupert Sheldrake, criador da teoria dos campos morfogenéticos, e os físicos quânticos Henry Stapp, Fred A. Wolf, Amit Goswami e Richard Amoroso. 
"A crise da Medicina atual faz parte de uma crise mais abrangente do próprio processo civilizatório ocidental, que tem suas raízes em um terrível erro de percepção ocorrido há cerca de 400 anos. A partir do Renascimento, em uma tentativa de substituir a visão de mundo e os métodos utilizados pela Igreja Cristã na busca da verdade - que na época queimava nas fogueiras da Inquisição homens e principalmente mulheres que ousavam desafiar a concepção de mundo vigente, o paradigma aristotélico-tomista - , as cabeças pensantes da época começaram a investigar o mundo e as estrelas com uma metodologia que viria a ser conhecida como método científico. Esta nova maneira de olhar o universo resultou de contribuições de homens como Copérnico, Galileu, Kepler Descartes e Sir Isaac Newton que investigaram e sistematizaram o conhecimento desses séculos. Sua abordagem reflete o que hoje conhecemos como paradigma cartesiano-newtoniano, que é um modelo dualista (porque separa corpo/mente, e homem/universo), reducionista (porque reduz o funcionamento do universo e do homem às interações atômico-moleculares), e mecanicista (porque concebe o universo como um imenso e complexo mecanismo de relógio regido pelas leis da física clássica newtoniana).
A ciência tal como é praticada hoje , dessa forma dualista, reducionista e mecanicista não tem como lidar com experiências vivenciais , nem com valores, ética , ou tudo que se refira à qualidade. Galileu chegou mesmo a afirmar que somente os fenômenos quantificáveis deveriam ser admitidos no domínio da ciência. Ele disse "aquilo que não pode ser medido e quantificado não é científico" ,e em nossa ciência pós-galilaica isso passou a significar "o que não pode ser quantificado não é real". Como afirmou Laing, 'este foi o mais profundo corrompimento da concepção grega da natureza como physis, que é algo vivo, sempre em transformação e não divorciado de nós'. Esse corrompimento do programa de Galileu foi incorporado pelo paradigma cartesiano-newtoniano de nossa época, relegando para fora do método científico a sensibilidade, a estética, os valores, a qualidade, a alma, a consciência, o espírito, ou seja a experiência humana. Acrescido do famoso erro de Descartes que separou o corpo da mente e isolou o homem do universo, e somado ao sucesso da física mecanicista newtoniana, isso gerou uma grave esquizofrenia cultural, confundindo a imagem do universo criada pela ciência com a realidade em si, quando na verdade ela é somente um conjunto de observações que nos permitem mostrar um quadro aproximado da realidade.
O LIMITE DA CIÊNCIA X O UNIVERSO ILIMITADO
A ciência é somente uma pequenina janela através da qual olhamos a vastidão do universo sempre de uma perspectiva limitada e incompleta . Vida e consciência são os modos que o universo desenvolveu para olhar a si mesmo.Somos o próprio universo que se olha através de nossos olhos. A ciência é apenas um dos olhos possíveis nesta imensa busca de significado. Intuição, meditação, estados alterados de consciência, emoções, sentimentos, são outras maneiras de olhar o universo, tão ou mais importantes até do que a ciência.

Atualmente com as contribuições da Física Quântica de David Bohm, da Teoria Holográfica de Denis Gabor e suas aplicações às Neurociências desenvolvidas por Karl Pribram, da Psicologia Transpessoal de Stanislav Grof, da Teoria Auto-Organizadora dos Estados Dissipativos de Illya Prigogine, e da Teoria dos Campos Mórficos do biólogo Rupert Sheldrake, estamos retornado a uma visão científica mais abrangente, orgânica e holística do universo, demonstrando com as próprias ferramentas da ciência cartesiana-newtoniana que somos parte de algo muito mais vasto do que nossas mentes individuais. Os dados científicos atuais permitem afirmar que somos parte de uma Consciência Holográfica Universal que permeia todo o universo e se confunde com sua própria estrutura, a qual podemos acessar por meio dos estados alterados de consciência, como o faz Grof em sua psicoterapia transpessoal holotrópica. Estas abordagens científicas vieram ao encontro aos pensamentos e conhecimentos descritos pelas mais antigas filosofias e tradições espirituais da humanidade, continuando a senda aberta por Capra e outros, em livros como O Tao da Física. É uma cosmovisão que permite englobarmos o homem e o universo em uma concepção holística e ecológica mais abrangente que une a ciência moderna às tradições espirituais, às filosofias,à mitologia e às artes, e que desde a famosa Declaração de Veneza da UNESCO, de 1986, vem sendo conhecida como Paradigma Holístico. 
No entanto, nada disso existe nos currículos acadêmicos das universidades que estão cristalizadas no antigo modêlo cartesiano-newtoniano. Essa reviravolta paradigmática vem abalando os alicerces da moderna medicina que apesar de muitas vezes utilizar uma tecnologia baseada em ciências de ponta como a física quântica e a holografia, ainda se encontra imersa nas concepções biopsicosociais do antigo paradigma cartesiano-newtoniano. Na verdade, o que observamos é um jogo de poder, em que tem mais autoridade quem pertencer a alguma instituição acadêmica ou sociedade oficial, ou seja é a valorização do membership, em detrimento daquilo que é a essência do método científico que é o estar aberto para toda e qualquer hipótese e investigá-la por meio da ciência. 

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